Tiago Silvestre: mistura entre rock português e country americano dá origem a projeto musical

Quando sobe ao palco sente algum nervosismo, ansiedade. Mas mesmo assim considera que é um privilégio atuar para multidões. Assim se sente Tiago Silvestre, um jovem que criou um projeto musical que mistura rock português e country americano.
:
  

Como nasceu o projeto Tiago Silvestre?

Nasce a partir do momento em que me apercebo de que o projecto anterior onde me encontrava envolvido seguia um rumo diferente do que eu esperava. 
A necessidade que sentia de escrever em português, bem como de cantar o que escrevia, acabou por falar mais alto.

Que formação musical tem Tiago Silvestre?

Comecei de forma autodidacta mas com o passar o tempo fui me apercebendo de que necessitava de ultrapassar certas limitações que me iam surgindo, acabando assim por me inscrever na EMBenavente, onde frequentei aulas de voz e guitarra durante cerca de um ano. Mais recentemente, de maneira a complementar e a solidificar os conhecimentos que fui adquirindo ao longo dos anos, frequentei o primeiro ano de curso geral de Jazz na JBJazz, em Lisboa. Na adolescência ainda cheguei a frequentar aulas de percussão. Acho que até tinha algum jeito mas cedo me apercebi de que não era por ali que queria seguir.

Que trabalhos já fez a nível musical? Escreve e compõe todas as músicas?

Gravei um primeiro EP com os Arcanis, uma banda de originais na linha do Rock N' Roll. Foi nessa mesma banda que dei os primeiros passos no mundo da música, na altura ainda como baixista. Durante os anos que estive nos Arcanis cheguei a fundar outros projectos como os Sujeitos a Reboque e os Teddy Picker, já como vocalista/guitarrista, mas no final de 2012 decidi afastar-me de todas essas iniciativas para me concentrar apenas em mim enquanto cantautor. Para já, em nome próprio, lancei o meu primeiro EP - "Stª Apolónia", onde todos os temas foram escritos e compostos por mim.

Qual o estilo musical de Tiago Silvestre?

Um cruzamento entre o rock português e o tradicional country americano.

Esta é a única atividade profissional que tem? Se não indique outra atividade.

Não é a única actividade, fora do palco sou consultor informático.

Qual o seu tema preferido? Porquê?

É um bocado difícil escolher um tema preferido, ainda para mais num álbum constituído apenas por quatro canções. Ainda assim, "Fala-me de Ti" é provavelmente aquele que mais gozo me dá tocar ao vivo, talvez por ser o que mais se aproxima das minhas influências, quer no ritmo quer na letra. No entanto, nutro um carinho especial pela "Canção a Dois" devido ao facto de o resultado final ter superado as minhas expectativas. É provavelmente a música mais bonita do disco. 

Em que se inspira para escrever? Pretende passar alguma mensagem?

Maioritariamente no quotidiano. É-me mais fácil agarrar no que ouço ou no que vejo diariamente e transformá-lo numa letra, do que propriamente no que sinto. São as pequenas coisas do dia a dia que mais me fascinam e que mais me inspiram a fazer música, desde o que ouço ou o que vejo, desde o rotineiro ao mais passageiro. 

A nível de concertos, como tem sido?

Tem sido bastante gratificante. Há cada vez mais pessoas a reconhecerem as músicas de concerto para concerto e isso dá-me motivação para seguir em frente. Em 2015 o número de concertos aumentou face ao ano anterior e isso eleva a expectativa de que essa tendência se mantenha para 2016.

Já concorreu a algum dos concursos de música televisivos para o ajudar a vingar de forma mais fácil no mundo da música? Se sim diga qual e se não diga porquê.

Não, apenas por não me rever no conceito desses programas. São programas que valorizam sobretudo o poder vocal e eu não me vejo tanto como cantor mas sim como cantautor. 

O que sente quando sobe ao palco? O que transmite ao público?

Algum nervosismo, ansiedade, mas acima de tudo um enorme privilégio. O público, seja ele às centenas, dezenas, ou mesmo à dúzia, são pessoas que dispensaram do seu tempo pessoal para te ouvirem. Podiam ter ficado por casa, ter ido ao cinema, ao futebol, ou até mesmo a outro concerto, mas não. Estão ali, à tua frente, única e exclusivamente com o propósito de ouvirem o teu trabalho. E isso, a meu ver, é um enorme privilégio.

O que é que o público lhe transmite?

Sobretudo força de vontade. Quando o público canta contigo ou dança ao ritmo da tua música, isso faz-te perceber que todo o teu trabalho está de facto a chegar a algum lado, que nada do que fizeste até ali foi em vão. As pessoas sentem o que cantas e isso é muito recompensador. 

Quem é Tiago Silvestre?

Um trovador dos tempos modernos.

O que falta na música portuguesa?

Falta sobretudo respeito. É difícil passares a tua música na rádio uma vez por semana quando tens músicas estrangeiras que se repetem várias vezes por dia. É difícil apresentares o teu trabalho na televisão quando não existe um único sitio em que se possa tocar ao vivo, à excepção do "5 Para a Meia Noite" que passa no pós horário nobre. É difícil dizeres simplesmente:"Estou aqui". Há cada vez menos espaço.

Este foi o primeiro trabalho discográfico? Quem colaborou consigo?

Em nome próprio sim. Os temas foram todos escritos e compostos por mim, enquanto a produção ficou a cargo do Gonçalo Santuns.

Para o projeto que investimentos fez?

A gravação do videoclip, bem como a gravação e promoção do EP. Tratando-se de um projecto em nome próprio tive de assumir os investimentos por inteiro.

Que palco sonha pisar?

O Coliseu de Lisboa, sem dúvida.

Com quem gostava de dividir o palco?

Com todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, tiveram influência no meu percurso musical: Sérgio Godinho, Rui Veloso, Tiago Bettencourt, David Fonseca. Se tivesse de escolher só um, a escolha recairia certamente em Jorge Palma.

Tempos livres: como os passa?

Normalmente a ler um livro, ouvir um disco ou a assistir a um concerto. Se bem que, nos dias que decorrem, é mais provável encontrarem-me a trabalhar à frente de um computador ou de guitarra e bloco de notas na mão.

Quais as próximas atuações?

Vou atuar no dia 12 de Dezembro, na Gala de Natal da Associação de Jovens de Samora Correia, no Centro Cultural de Samora Correia. E, depois só em 2016, dia 9 de Janeiro, no Cine-Teatro de Benavente, onde farei a primeira parte do espectáculo "Pumpkins Symphonic"

Mais nesta secção

Mais Lidas