O VerPortugal apurou junto da coordenadora do projecto, Susana Mendes, docente do Instituto Politécnico de Leiria, que numa primeira fase o pão, apresentado esta sexta-feira de forma oficial ao público, vai ser comercializado, numa primeira fase, em quatro padarias do grupo Calé. Duas situam-se em Peniche (Momentos e Pérola de Peniche) e as outras duas em Caldas da Rainha (Contradição e Ponto de Encontro).  Questionada sobre quando o resto do país poderá começar a provar deste pão, a coordenadora do projecto explica que “depende da vontade do produtor e comerciante, neste caso o Grupo Calé”.

O VerPortugal tentou ainda obter informações junto do produtor mas não foi possível em tempo útil. No entanto, conseguimos apurar que quem já provou o pão de algas ficou bastante agradado. “O sabor é muito diferente do normal mas é gostoso e é possível fazer-se diversas combinações”, disse ao VerPortugal Susana Mendes.

O pão com algas é apresentado como uma alternativa mais saudável tradicional. É o resultado de um ano de trabalho afincado por parte do Grupo de Investigação em Recursos Marinhos do IPL, um grupo que se tem dedicado a estudar as algas marinhas e o seu potencial em áreas como a farmacologia e a cosmética. A curiosidade em estudar os benefícios das algas no sector alimentar, resultou no pão com algas.

"Ao contrário de outros países, nomeadamente os asiáticos, Portugal não tem por hábito consumir algas, apesar dos seus benefícios para a saúde", refere Susana Mendes lembrando que por outro lado, "os portugueses praticamente não prescindem do pão". Daí este produto vir a ser um caso de sucesso.

A docente explicou ainda que "se juntarmos as algas não precisamos de adicionar sal para ter um pão com sabor e por isso este alimento pode ser consumido por quem tem restrições ao consumo de sal. O pão de algas contém todos os benefícios do recurso natural marinho: é fonte de fibra e de minerais como o cálcio, ferro, sódio e potássio, além de conter moléculas antioxidantes”.

O projecto foi financiado por fundos comunitários através do programa Mais Centro, em 20 mil euros. Para transformar a ideia num negócio sustentável, os investigadores juntaram-se ao grupo Calé e à empresa Algaplus.

Importante é ainda referir que mesmo antes de começar a ser comercializado, o pão de algas foi já premiado no Concurso InovCluster como produto alimentar inovador. O mesmo pão já tem marcado presença em diversos eventos e, segundo a coordenadora do projecto, o feedback é bastante positivo.