
À Lusa a proprietária da fábrica, Cátia Ferreira, explicou que o cumprimento do prazo de entrega, aliado à qualidade e conceção do desenho desejado, foram os motivos que levaram o hotel a solicitar as tapeçarias.
"Eles enviaram o desenho, nós desenvolvemos e entregámos o tapete ainda o hotel não estava pronto. Depois pediram-nos outro para a zona VIP. É um orgulho imenso ver que estão lá", partilhou à Agência Lusa a empresária.
Segundo declarações de Cátia à Lusa, o tapete Beiriz é produzido em teares manuais e a produção é feita por encomenda. Por isso, cada tapete é único e ao gosto do cliente.
A produção do Tapete de Beiriz teve início em 1919, por Hilda Brandão, que inventou "o nó de Beiriz". Depois da falência em 1974, José Ferreira e Heidi Hannamann Ferreira, pais de Cátia Ferreira, recomeçaram a produção em 1989, recrutando as artesãs da antiga fábrica. Assim, evitaram o desaparecimento da técnica e agora a marca é conceituada dentro e fora do país, num projeto a que Cátia Ferreira, de 41 anos, deu continuidade, inovando uma indústria artesanal com conceitos mais jovens.
A Lusa escreve que ao longo destes anos houve a modernização de alguns equipamentos, como forma de "adaptação ao mercado", com a produção de tapetes Tufado, que são mais acessível e permitem uma concretização mais moderna das artes da tapeçaria.
"A modernização está a acompanhar os tempos e as tendências de decoração e de moda a que estamos associados. Portanto, conseguimos fazer qualquer coisa, qualquer tamanho, ao desejo do cliente", sublinhou a empresária, que desde os dez anos vive no mundo dos teares.
Mas o tapete Beiriz tradicional continua a ser muito procurado, como salientou Cátia Ferreira à Lusa, assegurando, no entanto, que o negócio continuará a ser "familiar e pequeno", mesmo depois da internacionalização.
Actualmente a Fábrica Artesanal emprega 22 pessoas, mas ao longo de quase cem anos várias gerações de mulheres laboraram naqueles teares.