Real Companhia Velha: monocasta de Touriga Nacional é o novo elemento (da Quinta das) Carvalhas

Quinta das Carvalhas: é este o nome da mais emblemática propriedade da Real Companhia Velha. Situada na margem esquerda do rio Douro, junto ao Pinhão, é aqui que se encontram as vinhas que dão origem aos topos de gama da empresa, precisamente sob a marca ‘Carvalhas’. Vinhos que começaram a ser desenhados em 2010, com o regresso de Jorge Moreira para liderar a enologia da Companhia (foi precisamente aqui que iniciou a sua carreira de enólogo, em 1996). Ao ‘Carvalhas branco’, ‘Carvalhas Vinhas Velhas tinto’ e ao invulgar monocasta ‘Carvalhas Tinta Francisca’ junta-se agora o Touriga Nacional, mais um poderoso tinto com assinatura ‘Carvalhas’.
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A Touriga Nacional tem vindo a revelar-se como a mais nobre e icónica casta a nível nacional, estando presente no Douro há mais de três séculos. Álvaro Martinho, agrónomo da Quinta das Carvalhas, descobriu na chamada ‘Vinha da Cascalheira’, localizada junto ao rio Torto, uma parcela desta afamada casta que, beneficiando de uma exposição Norte e de um microclima muito particular, apresenta vinhos de enorme intensidade aromática e finesse.

Com a fermentação feita em pequenas cubas de inox – com muito pouca extracção e a baixa temperatura – e estágio de doze meses em barricas usadas de carvalho francês, o‘Carvalhas Touriga Nacional tinto 2014’ impressiona pela potência e estrutura de um grande Douro, mas também pela imensa frescura, jovialidade e vigor. Um lote “especial” a dar-lhe lugar no patamar dos topos de gama da Real Companhia Velha. Um nobre Touriga Nacional, com um intenso bouquet de aromas finos com notas cítricas de bergamota, frutos vermelhos e complexas nuances de violeta. Um vinho firme, de estrutura muito elegante e concentrada, com um tanino redondo mas muito presente, repleto de sabores frutados. Termina com uma acidez viva e persistente que lhe confere toda a tipicidade da casta e da região. 

Agora na colheita de 2015, o ‘Carvalhas branco’ nasceu em 2010, através da uma ambiciosa abordagem às pequenas parcelas de uvas brancas localizadas em um dos pontos mais altos da Quinta, onde as castas Viosinho e Gouveio beneficiam de uma elevada altitude (400m) e de brisas frescas, proporcionando as condições ideias para o amadurecimento de uvas brancas. Se o Viosinho lhe oferece a estrutura e carácter generoso, sendo esta uma uva conhecida pela sua notável capacidade para interagir com a madeira; o Gouveio confere-lhe a frescura, mineralidade, acidez e elegância. Depois de desengaçadas, as uvas seguem para a prensa pneumática. A fermentação inicia-se em cubas de inox com controlo de temperatura e termina em barricas novas de carvalho francês, onde o lote faz estágio durante oito meses sobre borras finas. O resultado? Um branco bem ao estilo duriense, de cor citrina brilhante e aromas intensos a flor de laranjeira e alperce, com típicas nuances minerais e vegetais a combinam com uma madeira saliente, demostrando o início de um processo harmonioso de integração.

O ‘Carvalhas Vinhas Velhas tinto’ é o ex-líbris da Companhia. Produzido a partir de selecionadas parcelas de vinhas pós-filoxéricas – com a presença de mais de 20 variedades de castas autóctones plantadas em uma só parcela –, este clássico e poderoso tinto é um autêntico reflexo do terroir. De cariz cirúrgico, a sua vindima é uma complexa e rigorosa operação, envolvendo no terreno os directores de enologia e viticultura, que lideram um pequeno grupo de experientes trabalhadores para colher à mão apenas as uvas que se encontram nos desejados níveis de maturação. Chegadas à adega, as uvas são submetidas ao ancestral processo de pisa a pé nos tradicionais lagares de granito, os quais, devido ao seu formato, permitem um perfeito contacto entre mosto e película. O estágio é em barricas de carvalho francês – 50% novas – e ocorre durante 18 meses, expressando ao máximo a personalidade das centenárias vinhas da Quinta das Carvalhas, que se caracterizam por um baixíssimo nível de produção.

Com uma exuberância aromática impressionante, o ‘Carvalhas Vinhas Velhas tinto 2014’ faz destacar as notas de frutos vermelhos e fruta preta, aliadas a nuances herbáceas e especiadas e subtis notas de baunilha, a revelar a harmoniosa integração com a madeira. Com um excelente volume de prova, mostra-se potente mas ao mesmo tempo elegante e com uma concentração e profundidade próprias de vinhas de baixa produção. Os taninos são firmes e muito redondos, com sabores realçados por uma equilibrada acidez, que torna a prova longa e persistente.

Quando nasceu, o ‘Carvalhas Tinta Francisca’ era único enquanto monocasta, mas a verdade é que esta é uma casta muito presente nas Vinhas Velhas do Douro. Depois de um aprofundado estudo, a Real Companhia Velha apostou na recuperação do seu cultivo de forma a produzir um vinho de alta qualidade desta nobre casta. Caracterizada por baixos níveis de produção, a Tinta Francisca tem um ciclo longo, com maturação tardia; um cacho pequeno a fazer lembrar no seu formato o Pinot Noir; vigor vegetativo médio a elevado, distinguindo-se na paisagem pelo verde das suas folhas, muito brilhante e lustroso.

“Atraiu-nos nesta casta a possibilidade de criar um DOC Douro tinto com um estilo diferente do habitual; aromaticamente muito atraente, perfil elegante, mas de grande intensidade. Encontrámos assim, através de uma casta muito antiga, um novo Douro.”, afirma Pedro O. Silva Reis, responsável de marketing da Real Companhia Velha.

A fermentação ocorre em pequenas cubas de inox, com muito pouca extracção e a baixas temperaturas. O estágio é feito em barricas usadas de carvalho francês, por um período de 12 meses. Mantendo o perfil das colheitas anteriores, o ‘Carvalhas Tinta Francisca tinto 2013’ é um tinto original, de aroma intenso e fresco, onde se salientam as notas de frutos do bosque e ligeiras impressões vegetais, conferindo-lhe uma notável complexidade. Intenso de sabores, com muita presença; é, no entanto, extremamente elegante e termina com um final longo e fresco e muito macio.

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