3Mosso: projeto de mestrado transforma-se em negócio de sucesso

Diogo Campos Costa. Assim se chama o mentor do projeto 3Mosso. Um projeto que nasceu nos bancos da escola e que já se tornou num negócio que comercializa o snack português mais popular e que até já tem honras de "gourmet". Graças ao sucesso, o mentor do projeto já está a tratar de internacionalizar a marca e de trazer novos elementos para a equipa.
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Como surgiu a marca?

A ideia surgiu durante o meu semestre de Erasmus de Mestrado em Maastricht, na Holanda. Percebi que não existiam snacks saudáveis ou outras opções além de fritos para acompanhar a cerveja. Não conseguia encontrar tremoços em lado nenhum, tendo mesmo abordado diversas pessoas e ninguém sabia do que se tratava. Ao descobrir isto, percebi que faltava no mercado um snack saudável para acompanhar a cerveja e o tremoço seria a solução. Ao regressar a Portugal, comecei a pensar num novo conceito para este produto tão tradicional português como o tremoço. Conclui assim que existia um novo segmento por explorar, a criação de uma nova marca com um novo conceito para este produto, criar algo cool, trendy, saudável e gourmet.

Quem é o mentor? Que formação tem?

Eu, Diogo Campos Costa, estou à frente do projeto. Licenciei-me em Gestão na Católica Lisbon School of Business and Economics, e acabei de terminar o Mestrado em Estratégia e Empreendedorismo na mesma escola.

Porque o nome 3Mosso?

3Mosso porque é uma designação divertida que permite em qualquer idioma facilmente pronunciar a palavra tremoço. Para além das óbvias vantagens do ponto de vista e imagem, mais simples e mais apelativa.

Que investimento foi feito para criar a marca? Foi pessoal ou teve ajuda de terceiros?

Nesta fase, são valores que ainda não podemos revelar, mas posso revelar que foi com fundos próprios.

A marca já criou postos de trabalho? Quantos?

A marca está lançada há quatro meses e está em expansão. Estamos numa fase de trazer novos membros para a equipa.

Onde podem ser adquiridos? Só em festivais ou em espaços físicos e online?

Numa primeira fase, foi possível adquirir o produto nos festivais de verão. O lançamento foi no concerto dos Guns N’ Roses. E estivemos presentes no EDP Beach Party, NOS Alive, Super Bock Super Rock e EDP Cool Jazz. Neste momento, estamos presentes em alguns restaurantes como, por exemplo, a Cervejaria Ramiro e estamos em conversações com outros possíveis clientes. Acabámos de iniciar a venda dos nossos “kits” com tremoços e a nossa peça de barro em locais que irão ser anunciados nas nossas páginas das redes sociais como Facebook e Instagram. E continuaremos a marcar presença noutros eventos como, por exemplo, as Festas do Mar em Cascais.

Quem é que faz as experiências para adicionar os condimentos?

As experiências são feitas por nós e este ano arrancamos com três sabores: simples, alho e orégãos, e picante.

Para além dos existentes, vão surgir outros sabores?

 Temos já outros sabores em estudo e que gostaríamos de lançar no futuro.

Os tremoços são oriundos de Portugal ou de outros países?

Os nossos tremoços são portugueses. Desenvolvemos uma parceria com um produtor nacional de tremoços, que nos fornece o produto com as receitas criadas e desenvolvidas por nós.

A internacionalização já aconteceu? Para onde?

A internacionalização é um dos grandes objetivos no horizonte desde a criação deste projeto. Neste momento, estamos já em contacto com uma cadeia de lojas gourmet em França e com uma gigante de distribuição no Brasil, detentora de diversos supermercados. Foi também com vista à internacionalização que apostámos no nome 3Mosso.

Onde são feitas as embalagens?

Temos embalagens de papel para os festivais de verão, embalagens a pensar no ambiente e no desperdício, com dois recipientes, um para os tremoços e outro para as cascas. Para além destas, foi também feita uma peça de barro para estar nos restaurantes e integrar o nosso produto para as lojas gourmet. Esta peça é feita e pintada à mão, em barro, em São Pedro do Corval, a maior terra oleira em Portugal.

Considera-se um empreendedor? Porquê?

Sim, pode-se dizer que me considero empreendedor. Apesar de muitos hoje em dia considerarem que o empreendedorismo é apenas uma moda, no meu caso é algo que tem vindo a acompanhar-me há já vários anos e que me dá uma enorme realização pessoal e profissional. No passado desenvolvi outros projetos, nomeadamente uma sidra de pêra rocha, e um sistema de controlo de rega completamente automático.

Até ao final há novos projetos para colocar em prática?

Neste momento estou focado em desenvolver este novo negócio da 3Mosso, mas pretendo no futuro lançar-me noutros projetos e desafios e até mesmo retomar o projeto da sidra de pêra rocha.

A nível de faturação, a empresa já é autosustentável?

Como referi anteriormente, este negócio tem apenas quatro meses e ainda estamos numa fase de investimento. Podemos afirmar que a 3Mosso foi um sucesso nos festivais de verão, mas continuamos a fazer investimentos em novos produtos. Como também disse anteriormente, acabámos de lançar o nosso “kit” para as pessoas comprarem e poderem levar a 3Mosso para casa consigo.

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