Pão 100 por cento português criado por produtores nacionais já se vende no Continente

Com a certeza de que 95 por cento do pão que se come em Portugal é importado, vários produtores nacionais juntaram-se para tentar inverter a situação e criar um pão 100 por cento nacional.
Irina Tischenko:
    Irina Tischenko

Poucos sabem que a farinha fabricada em Portugal para produzir pão, com base em trigo mole, responde apenas a cinco por cento das necessidades de consumo interno. Assim, quando vamos à padaria ou ao supermercado comprar pão de Mafra, broa de Avintes ou pão alentejano, não imaginamos que grande parte do que consumimos é, na realidade, importado.

Desta forma, a Associação de Produtores de Oleaginosas e Cereais (ANPOC), através do Clube Português dos Cereais de Qualidade (CPCQ), associou-se ao Clube de Produtores Continente com o objectivo de “de desenvolver o potencial de utilização de trigos moles nacionais, transformados em farinhas pelos industriais, para a recuperação de variedades e para a criação de um pão 100 por cento português”, avança o Jornal Económico.

“Este projeto pode ser o início de uma tentativa para inverter esta situação de dependência. Desde o início da adesão de Portugal ao Mercado Comum que os produtores de cereais andam a alertar sucessivamente os diversos Governos para esta situação de grave deficiência de produção. Agora, estamos mesmo a bater no fundo, com áreas cada vez mais pequenas de produção”, referiu Fernando Carpinteiro Albino, presidente do CPCQ.

Com a iniciativa já em marcha, através da contribuição da Cooperativa de Beja e Brinches, poderemos já saborear um pão feito com matéria-prima 100 por cento nacional, à venda desde 6 de Dezembro, em pacotes de 500 gramas, nas lojas da cadeia Continente.
Os pães “estão à venda na globalidade das lojas Continente e estão a ter muito boa aceitação. O feedback que estamos a ter é muito positivo e indica-nos que tem havido uma procura muito positiva em muitas lojas do Continente”, revela ainda ao Jornal Económico Fernando Carpinteiro Albino.

A aposta passa agora pela continuidade do projeto, de forma a que a iniciativa se torne numa “realidade consistente” em 2017.

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