Decididos os dias passados fora, sondamos amigos e familiares à procura de sugestões de sítios onde ficar, o que comer e o que fazer, mas as respostas chegam (quase sempre) através de sites como o Booking, Trivago ou Airbnb.
Reserva feita, malas apetrechadas de gorros, cachecóis e luvas e partimos em direção à neve, mas, assim que chegámos a Alvoco da Serra, às 2 horas da manhã, percebemos que o frio era muito, mas nem vislumbre do manto branco que esperávamos encontrar.
Depois de uma noite bem dormida, fomos brindados pela hospitalidade do Sr. Manuel e da Dona Manuela, os donos da espetacular Casa da Ribeira, uma propriedade rodeada pela montanha e por onde passa o rio, situada a cerca de 30 minutos de carro da Torre, da Covilhã e de Seia e que, prontamente, nos deram várias dicas de como ocuparmos o fim-de-semana.
Tomado o pequeno-almoço, rumámos à Serra do Açor e a Piódão com as suas típicas casas de xisto e lousa e percebemos porque é considerada uma das mais bonitas aldeias históricas do nosso país. Classificada como “Imóvel de Interesse Público” e Património Mundial da Unesco, a Aldeia do Piódão, apelidada de “aldeia presépio”, tem apenas cerca de 60 habitantes e foi descrito pelo site americano The Huffington Post como parecendo ter saído diretamente da série televisiva ‘Os Flintstones’ (desenhos animados que retratam uma família da Idade da Pedra).
A vista e as paisagens são de tirar a respiração e, depois de subirmos, descermos e nos perdermos pelas ruelas da aldeia e depois de um almoço apetrechado no Restaurante Fontinha, estava na hora de irmos para o destino que motivou a viagem: a Torre.
Quarenta quilómetros depois, chegámos ao cimo da Serra da Estrela e assistimos a um fim do dia com cores maravilhosas. As nuvens pareciam algodão doce e, surpresa, afinal tínhamos neve, ainda que muito pouca. O teleférico já estava encerrado, mas ainda muitos de divertiam a fazer bonecos e a deslizar de trenó pelo gelo. Nós optámos por provar as iguarias regionais que os comerciantes nos ofereciam: pão, enchidos, queijos e licores e, claro, não resistimos a trazer alguns.
A descida fez-se rapidamente e terminámos o dia com um jantar no Vicente, em Loriga, numa sala que a lareira aquecia.
Voltámos para a Casa da Ribeira exaustos, mas com a certeza que o regresso à Serra da Estrela estará para breve. Desta feita com muita neve, esperemos.