A Lusa refere ainda que o palco do evento vai ser o Espaço Miguel Torga, construído em São Martinho de Anta, concelho de Sabrosa (Vila Real), a terra natal do escritor, um projecto da autoria do arquitecto Souto Moura.

Nesta primeira edição, a organização decidiu prestar uma homenagem a Miguel Torga, cujo nome de baptismo era Adolfo Correia da Rocha, que nasceu a 12 de Agosto de 1907 e morreu a 17 de Janeiro de 1995, em Coimbra.

O presidente da Câmara de Sabrosa, José Marques, afirmou à Lusa que o “Encontradouro” vai ser um “importante veículo de promoção cultural e do próprio território”, pois, durante os quatro dias, far-se-á uma “articulação com a comunidade escolar, instituições e empresas” da região.

Ou seja, para além de participaram em debates, os escritores vão visitar também escolas do concelho e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Paralelamente decorrerão lançamento de livros, concertos, exposições e sessões de cinema.

“A ideia é atrair as pessoas cruzando com a literatura outras artes como o cinema, a música e a pintura e também a ciência, porque a cultura não é só literatura”, afirmou Francisco Guedes, organizador do Festival à Lusa.

O responsável é mentor de outros festivais como o Correntes d´Escritas, na Póvoa de Varzim, e o Literatura em Viagem (LeV), em Matosinhos.

No primeiro “Encontradouro” vão marcar presença, entre outros, os escritores portugueses Eduardo Lourenço, Afonso Cruz, Válter Hugo Mãe, Jorge Sousa Braga, Maria Manuel Viana, Julieta Monginho, Fernando Pinto do Amaral, Ana Margarida de Carvalho e J.P. Simões, bem como os estrangeiros Olivier Rolin (França), Mario Delgado Aparaín (Uruguai), José Manuel Fajardo (Espanha), Germano Almeida (Cabo Verde) e Ana Paula Tavares (Angola).

O Festival – escreve a Lusa - será também palco para a apresentação do projeto Mátria, com um concerto interpretado pelo coro Mezza Voce e pelo Ensemble Mistério da Cultura (piano, clarinete, voz), com música de Fernando C. Lapa. Mátria está a construir uma ópera para o Douro inspirada na obra de Miguel Torga, uma iniciativa que está a ser executado pela produtora Mercearia das Ideias e promovido pela UTAD.

A organização explicou à Lusa que se trata de um “projeto inédito” porque representa a estreia de uma ópera em Portugal composta por um compositor português e baseada na obra de um escritor também nacional.

De referir que Miguel Torga se terá inspirado na sua aldeia e nas paisagens do Douro para criar muitas das suas obras, desde os poemas, os contos ou os romances, como a “Criação do Mundo”, “Bichos”, “Contos da Montanha” e “Vindima”.